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segunda-feira, 21 de maio de 2012

os quadrinhos que mudaram minha vida




Na foto, a coleção de quadrinhos de DVD (Dylan Dog) e de seu irmão mais velho (tudo Disney). Trata-se de uma parede inteira em uma sala sobre a garagem, dedicada à leitura.

Lembro que a primeira vez que li quadrinhos Disney foi uma revista encontrada na casa de minha avó paterna, sobra da infância de um tio mais novo, que fez meu pai imediatamente se lembrar de sua própria. Na época, lia apenas Turma da Mônica, eu mesma identificada sempre com heroína brigona, embora tenha optado por reprimir toda a raiva contra meus amiguinhos escrevendo histórias.
Acho que, aos 13, li o Para Ler o Pato Donald e, já um tanto familiarizada com os escoteiros Disney, fiquei horrorizada com toda a ideologia americana que eles estariam empurrando para mim, não sei se foi aí que entendi o porquê da minha mãe não ter deixado que eu virasse escoteira ou bandeirante. Não parei de ler quadrinhos, mas não lia os mesmos. Pegava emprestado com (o primo e afilhado de casamento) Gustavo Rangel suas revistinhas de Spawn, Gen 13 e os livros com minha nova ídola, Druuna. Não foi ela, mas foram leituras afins que me ajudaram a entender melhor o que era sexualidade.
Mas só bem depois fui descobrir, de fato, Laerte e Angeli. Não acredito que minha vida tenha mudado depois deles, mas junto às Cobras e ao Níquel Náusea e as leituras de Verissimo participaram da minha formação intelectual.
e, já na faculdade, amigo/irmãozinho Lucas Magdiel me apresentou aos Malvados, que me apresentou ao Allan Sieber e aí Patrice Killoffer apareceu na minha vida e aí eu vi que minha vida, de fato, mudou. Já havia lido Le Dormeur do Trondheim ou os cadernos telefônicos do Gerner, mas só comecei a entender tudo depois das 676 aparições. Uma Vita Nuova, que na verdade já germinava, já que apesar do do "Para Ler..."

Hoje, livros como os do Ariel Dorfman, embora importantes, me parecem ingênuos. Vejo como podemos ler os quadrinhos dialeticamente, sem reduzi-los todos a apenas mais um subproduto cultural, mas tão podendo ser tão rico quanto a literatura.

(em resposta a Ciro Inácio Marcondes, por causa dessa entrevista
http://www.saposvoadores.net/2012/05/10-hqs-mudaram-vida-bruno-dorigatti.html e desse texto aqui:http://www.raiolaser.net/2012/05/entre-utopia-e-distopia-mickey-no-ano.html)
 


***
post originalmente publicado no Facebook, após comentar o texto do Bruno. 



Thomas Ott, um dos mais recentes livros que me enlouqueceram. Por acaso, o Malvadinho está aí de papagaio de pirata. Foto tirada na casa de Elcerdo, que tem dois livros do Ott, e os li na mesma tarde, junto com o Céphalus de Ludovic Debeurme

Um comentário:

Ricardo S. Tayra disse...

Olá.
Que legal ver que a lista do Bruno Dorigatti repercutiu por aqui. Veleu pela visita e pela repercussão

Obrigado!

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